A Polícia Civil de São Paulo vai investigar a torcida organizada do
Corinthians Camisa 12, suspeita de ameaças contra o jogador Emerson
Sheik. O grupo é acusado também de praticar homofobia ao buscar a
proibição de homossexuais no time.
O atacante corinthiano se tornou alvo de protestos de torcedores na
segunda-feira (19) ao publicar uma foto nas redes sociais dando um
selinho em um amigo.
O caso é apurado na Polícia Civil pela Delegacia de Crimes Raciais e
Delitos de Intolerância (Decradi). Segundo a delegada Margarette
Barreto, em entrevista ao G1, a presidência da organizada será ouvida
para identificar os cinco torcedores e saber o que eles têm a dizer
sobre o protesto que fizeram.
A delegada afirmou ainda que vai chamar o jogador à delegacia para
saber se ele fará uma representação contra os membros da torcida que, no
dia seguinte à publicação, foram à frente do Centro de Treinamentos
Joaquim Grava e exibiram faixas contrárias ao jogador. O grupo prometeu
mais protestos contra Sheik nos próximos dias até que ele peça desculpas
e se retrate publicamente.
Segundo a delegada, a Decradi pretende evitar um "efeito onda". A
principal preocupação é prevenir o risco de agressão ao jogador ou
outros atletas. Margarette afirma que, caso os torcedores forem
identificados, poderão responder pelos crimes de ameaça (contra Sheik) e
injúria (contra gays).
Margarette declarou ainda que a atitude do atleta foi louvável. Segundo
ela, o futebol é um universo muito machista, e é necessário que mais
jogadores lutem contra o preconceito e a homofobia.